Rotina pós-Oliver

Desde que o Oliver nasceu, há pouco mais de 3 meses, eu quase não tenho conseguido escrever (e eu adoro escrever – sobre viagens ou sobre o que der na telha). Ou ler. Ou correr. Ou ir à aula de yoga. Ou pintar as unhas. A lista é longa.

As horas voam entre mamadas, trocas de fraldas e sonecas. Há dias em que, mesmo exausta e sem parar um minuto, parece que eu não fiz nada. Pra mim. Por mim.

Em vários momentos fiquei muito incomodada com isso. Me frustrava, achava que era pura falta de organização. Até que decidi ser mais gentil comigo mesma. Por que eu estava me cobrando tanto?!

Simplesmente aceitei que não tenho mais tempo pra fazer tudo o que quero. Minha vida mudou (pra melhor), meu tempo não é mais só meu. E o que realmente importa é meu bebê estar feliz, saudável, recebendo o carinho e a atenção que precisa.

Também passei a focar nos pequenos “sucessos” ao invés das minhas limitações. A casa está em ordem (a roupa está lavada e guardada, os lençóis são trocados semanalmente, a louça suja está na máquina), a geladeira e a fruteira estão abastecidas. Eu e o Oliver fizemos nosso passeio diário. A quinoa do jantar já está no fogo. Os planejamentos das viagens desse ano (e do ano que vem!) estão encaminhados. Recebemos amigos duas vezes na semana passada (eu cozinhei).

Para quem achava – depois de ouvir tanta reclamação e propaganda negativa durante a gravidez – que não poderia nem pentear o cabelo e que demoraria meses até voltar a comer um prato de comida quente, estou me saindo muito bem! Quero dizer… estamos! Só funciona porque somos um time.

Eu e o Will normalmente jantamos juntos, sentados à mesa. E depois que o Oliver toma banho, mama e dorme, é a minha vez de tomar banho e fazer hidratação no cabelo, depilação, passar creme. Não virei a mulher-gorila. Nem pretendo virar.

Não, não é fácil ser mãe e dona de casa em tempo integral. Além da sensação de “isolamento do mundo” (a maternidade pode ser muito solitária) e do cansaço físico, a carga emocional da amamentação em livre demanda é pesada (não tem folga: eu preciso estar sempre disponível, 24/7). E às vezes o Oliver quer colo e só colo. Mas a rotina não virou nenhum bicho de sete cabeças por causa dele.

Longe de mim “contar vantagem” e passar a (falsa!) imagem de que eu cuido de tudo sozinha… Eu comecei o post “desabafando” que não consigo fazer um monte de coisas que fazia antes. O mérito do apartamento estar limpo é mais do Will que meu. E não nego que fui agraciada com um bebê tranquilo e alegre.

Porém é possível, sim, organizar a dinâmica familiar, manter os pratinhos – ao menos os essenciais – girando. E com uma boa dose de praticidade, eventualmente dá pra arranjar tempo até pra escrever e atualizar o blog, enquanto o Oliver brinca no chão da sala com sua tartaruga de pelúcia.

Quem sabe eu consigo ir à yoga no sábado!

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